quinta-feira, 23 de maio de 2013

GHEE...

O ghee, ghi ou manteiga clarificada, é um alimento indispensável para a culinária indiana e a Ayurveda. Ele é nutritivo (calórico), antioxidante (rejuvenescedor), elimina toxinas, é tônico cerebral, melhora o Agni, o metabolismo, é levemente laxativo, emoliente e antiácido, porém, contra-indicado em caso de colesterol elevado e distúrbios hepáticos.
 
Tradicionalmente se produz ghee ao aquecer manteiga fresca, sem sal e sem adição de nenhum produto químico até que ela se torne um líquido dourado e translúcido e com perfume característico que realça o sabor e aroma dos alimentos.


A manteiga não é só gordura. Ela é composta por água, açúcares, gorduras e proteínas. Durante o processo de fervura, a lactose, as proteínas coaguladas e outros sólidos do leite são removidos, restando apenas um óleo puro, podendo até ser consumido por pessoas alérgicas à proteína do leite ou intolerantes à lactose. Porém, a gordura saturada original da manteiga permanece inalterada.
 
O ghee conserva-se por muito mais tempo do que a manteiga comum, porque as bactérias podem atacar as proteínas, mas não o óleo puro. Ela pode ficar rançosa, mas, o ranço é apenas um sabor azedo, e não contaminação por bactérias. O seu  ponto de fumaça é o mais baixo entre todos os óleos, entre 120 e 150º. Dessa forma, ele não é adequado para a fritura por imersão (180 a 190º.), sendo mais recomendado utilizá-lo para saltear rapidamente os vegetais ao adicioná-lo ao final das preparações.

Além de um alimento habitual, o ghee também é largamente utilizado como veículo para medicamentos fitoterápicos e cosméticos, além de ser uma importante oferenda alimentar nos rituais sagrados.
 
Clarificando a manteiga
  • Prepare o ghee a partir de manteiga sem sal.
  • Colocar a manteiga em uma panela de inox ou vidro e aquecer a panela direto no fogo baixo ou em banho maria, ou sobre uma chapa. O fundamental é que o fogo seja bem baixo para não queimar as partes sólidas, deixando um sabor residual no ghee.
  • O óleo, a água e os sólidos vão se separar em três camadas: uma espuma de caseína em cima, um óleo amarelo transparente no meio, e uma suspensão aquosa de sólidos de leite no fundo.
  • Com uma escumadeira, retire cuidadosamente a camada superior de caseína e reserve. Ela contém grande parte do sabor amanteigado e pode ser usada para dar sabor a vegetais cozidos no vapor ou pipoca, por exemplo.
  • Transfira o óleo amarelo para um recipiente de vidro previamente esterilizado (fervido por 20 minutos), despejando-o ou usando uma concha deixando para trás a água e o sedimento do fundo. A camada aquosa contém o açúcar do leite, ou lactose. Nessa etapa, eu costumo coar o ghee líquido em um algodão fino como uma fralda, antes de envasar.
  • Uma xícara (200 g) de manteiga comum renderá aproximadamente ¾ de xícara (150 g), depois de clarificada.
  • Prefira guardar o ghee em recipientes escuros ou revestir os vidros com papel laminado. Como todos os óleos, ele é fotosensível e pode ficar rançoso rapidamente se exposto à claridade.
  • O ghee costuma se solidificar a partir de 25o, se tornando um creme espesso. Com o aumento da temperatura, ele retorna ao estado líquido.

Referência: O que Einstein disse a seu cozinheiro. Robert L. Wolke. Ed. Zahar.

2 comentários:

  1. É realmente maravilhoso, e como feitora de ghee há muitos anos, digo que fazê-lo com mantras e incenso é ainda mais poderoso. Ghee é o ouro da cozinha. Na cozinha nos curamos! AUM!

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    1. Gratidão Gi, por "temperar" o post com tua varinha de condão...não podia ter melhor contribuíção....afinal tua experiência com feitio de ghee, é de longa data. AUM!

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